OPAS seleciona centros na Argentina e no Brasil para desenvolver vacinas de mRNA contra COVID-19
Os selecionados foram o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e a empresa biofarmacêutica Sinergium Biotech
Washington, DC, 21 de setembro de 2021 (OPAS) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) anunciou a seleção de dois centros regionais para o desenvolvimento e produção de vacinas de mRNA na América Latina, na Argentina e no Brasil, a fim de enfrentar a COVID-19 e os futuros desafios de doenças infecciosas.
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) foi selecionado como centro no Brasil. Este conta com uma longa trajetória na fabricação de vacinas e fez avanços promissores no desenvolvimento de uma vacina de mRNA inovadora contra a COVID-19.
A empresa biofarmacêutica privada Sinergium Biotech foi escolhida como centro na Argentina e fará parceria com a empresa de biotecnologia mAbxience – pertencente ao mesmo grupo – para desenvolver e fabricar os princípios ativos da vacina. Ambas as empresas têm ampla experiência na produção e desenvolvimento de imunizantes e outros produtos médicos biotecnológicos.
O anúncio foi feito por Soumya Swaminathan, cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), e por Jarbas Barbosa, subdiretor da OPAS, durante um evento paralelo à 59ª reunião do Conselho Diretor da OPAS. O evento “Transferência de tecnologia para produção de vacinas de mRNA nas Américas” reuniu ministros da Saúde e autoridades dos países da região para discutir a produção de vacinas.
“Parabenizamos os dois centros selecionados”, afirmou Barbosa, acrescentando que “ainda há muito trabalho árduo pela frente, mas somos movidos pela convicção de que este esforço resultará em acesso oportuno e equitativo às vacinas em nossa região, que continua sendo a mais afetada por esta pandemia.”
A seleção é resultado de uma convocatória de manifestação de interesse promovida pela OMS em abril de 2021, na qual fabricantes e instituições de pesquisa públicas e privadas foram convidados a contribuir para o estabelecimento de centros de transferência de tecnologia para vacinas de mRNA contra a COVID-19 em economias emergentes. A iniciativa teve o apoio de parceiros globais da OPAS/OMS, como a Medicines Patent Pool.
A convocatória atraiu cerca de 30 manifestações de interesse de empresas e instituições científicas latino-americanas. Para garantir a sustentabilidade e aumentar ainda mais a capacidade regional, a OPAS lançou uma segunda chamada para manifestações de interesse em agosto de 2021. Esta convocação foi especialmente dirigida a fabricantes interessados em fazer parte de um consórcio regional para fornecer reagentes de grau farmacêutico e outros insumos para a produção de vacinas de mRNA.
A OPAS também apresentou recentemente a Plataforma Regional para o Avanço na Produção de Vacinas e outras Tecnologias de Saúde para COVID-19 nas Américas, que apoiará a colaboração entre países e agências para aplicar a capacidade de biomanufatura regional existente à produção de vacinas e outras tecnologias médicas. A plataforma se baseia no princípio de que a fabricação de produtos farmacêuticos deve ser regional e beneficiar todas as Américas. A distribuição das vacinas será realizada a todos os países pelo Fundo Rotatório da OPAS.
“Os atrasos na produção (de vacinas) fizeram com que muitos países (da região) continuassem esperando pelas doses que compraram meses atrás. A limitação no fornecimento de vacinas continua atrasando” a vacinação, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, em seu discurso de abertura no evento. “Esta produção limitada e distribuição desigual de vacinas em face da assombrosa demanda dificultam nossa resposta à COVID-19 nas Américas. A vacinação em massa é fundamental” para controlar a pandemia, acrescentou.
Até o momento, as Américas foram a região mais atingida pela COVID-19 em todo o mundo, com 87,6 milhões de casos registrados e mais de 2,16 milhões de vidas perdidas. A distribuição da vacina continua desigual e poucos países da região alcançaram a meta de vacinação de 40% da população estabelecida pela OMS.
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